quinta-feira, 21 de abril de 2011

Adieu Paris

O cromo que hoje vos apresento talvez até seja um filósofo de mérito, mas nos últimos anos deslumbrou-se e o verniz estalou.
Começou como professor mas viu que só a política o poderia levar longe. Inscreveu-se, militou e chegou rapidamente a ministro, dando nas vistas pela sua evidente vaidade.
Tornou-se figura do jet set e veio a casar com uma famosa apresentadora de concursos televisivos, que também fazia programas culturais patrocinados pelo próprio Ministério.
Numa estratégia ascensional de auto-endeusamento imaginou-se à frente da autarquia lisboeta, apoiou-se na imagem da mulher, mas fez uma desastrada e arrogante campanha eleitoral, tendo perdido para Carmona Rodrigues.
O casal não esperava esse resultado e o cargo de vereador não era motivador, nem era à sua medida. O homem não desistiu e conseguiu insinuar-se para que o seu partido e o governo lhe dessem o cargo de embaixador junto da UNESCO. Em Paris. Era a intelectualidade iluminada a olhar de soslaio a populaça lusitana. Era tudo à grande e à francesa! Os salões. As recepções. Os cocktails. As revistas sociais. O homem perdeu a cabeça e indisciplinou-se no exercício das suas funções. O cargo não era eterno. A normal rotação diplomática apanhou-o e, obviamente, foi afastado.
Ficou inconsolado e, a partir de então, a sua actividade política vai num único sentido: difamar e diabolizar aquele que lhe tinha dado o tacho em Paris e que depois lho tirou. Um mal agradecido. Um mau perdedor. Uma atitude bárbara e vingativa.

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