quarta-feira, 10 de abril de 2013

Lisboa abandonada



Com este título, a última edição da revista Visão inclui uma reportagem que informa que a cidade de Lisboa tem quase cinco mil edifícios devolutos, todos em mau estado de conservação ou a desmoronar-se.
As causas desta situação, que se tem agravado nos últimos anos, são diversas e complexas. São apontadas o êxodo que nos últimos anos tem afastado as pessoas do centro para as periferias, os problemas de heranças em que os herdeiros não se entendem quanto ao destino do imóvel, a exigente burocracia camarária em relação aos projectos de construção ou reconstrução, a rigidez das rendas que ainda não estimula os senhorios a fazer obras e a especulação imobiliária que prefere as construções novas e mais rentáveis do que a reabilitação de prédios antigos. Todas estas causas podem sintetizar-se em especulação imobiliária e crise económica.
Dizem os especialistas que a lei devia facilitar a reconstrução e dificultar a construção, como acontece na França e na Suíça, mas também que, se os proprietários não dão uso à propriedade, o Estado deve intervir e expropriá-la, para a negociar depois a preço justo. A situação ainda é mais complexa porque com a actual crise faltam recursos para tantas obras e, para além disso, actualmente não há gente para encher tanta casa vazia. Porém, é preciso salvar a cidade abandonada e encontrar soluções com urgência, até porque a defesa do património e a reabilitação urbana podem ser boas saídas para a crise económica que atravessamos. Foi isso que John Maynard Keynes nos ensinou!


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