terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Há indignação e protesto na Ucrânia

A Ucrânia está a passar por momentos de grande tensão e o protesto contra o governo e contra o Presidente Viktor Yanukovytch tem mobilizado algumas centenas de milhares de pessoas nas ruas de Kiev, que reclamam pela aproximação à União Europeia e pelo seu afastamento da Rússia. No domingo, um grupo de manifestantes com o rosto coberto e que empunhavam bandeiras do partido ultranacionalista, destruiu a estátua de Lenine, o líder da revolução russa de 1917. Este simbólico acto anti-russo, a lembrar o derrube da estátua de Sadam Hussein, revela a grande instabilidade por que está a passar o país.
A Ucrânia é um país da Europa Oriental com quase 50 milhões de habitantes que tem fronteiras com a Rússia e com a União Europeia (Roménia, Hungria, Eslováquia e Polónia), encontra-se na fronteira entre a chamada “civilização ocidental” e a “civilização russa”, pelo que é natural que haja forças e interesses reclamando maior ligação a um dos dois referidos blocos.  No entanto, não se trata apenas de questões civilizacionais, culturais, históricas e espirituais, pois o problema também envolve dimensões geoestratégicas de natureza económica, logística e militar. É, portanto, um assunto interno da Ucrânia, mas é um assunto muito importante para a Europa. Curiosamente, enquanto vários países da União Europeia estão a sofrer os efeitos da crise e da austeridade, com manifestações, bloqueios e protestos violentos que põem em causa os seus fundamentos e a moeda única, na longínqua Ucrânia é derrubada uma estátua de Lenine no centro de Kiev e reclama-se a “europeização” do país e a adopção dos valores europeus. O que se está a passar em Kiev não é indiferente para a União Europeia, nem sequer para os portugueses que se habituaram a conviver com uma numerosa comunidade ucraniana, que tão bem se adaptou à sua cultura e ao seu modo de vida.

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