domingo, 12 de outubro de 2014

Kobani poderá não resistir à jihad

Desde há vários dias que as forças jihadistas do Estado Islâmico (ISIS) cercam Kobani, uma cidade síria de maioria curda com cerca de 40 mil habitantes, situada na fronteira com a Turquia. A proximidade da fronteira é evidenciada pelas fotografias que têm corrido mundo, em que os”mirones” do lado turco assistem aos combates que ocorrem dentro de Kobani, à frente dos seus olhos.
A cidade tornou-se o centro da resistência curda contra o regime de Bashar al-Assad, sendo controlada pelo YPG, uma organização militarizada que é o braço armado do Conselho Nacional do Kurdistão. Portanto, o que está a acontecer à volta de Kobani é uma batalha de uma particular guerra entre o Kurdistão e o Estado Islâmico, ambos a lutar por um território que tem estado repartido entre a Turquia, a Síria, o Iraque, o Irão, a Arménia e o Azerbeijão. Segundo refere a imprensa internacional, os jihadistas receberam reforços de artilharia e tanques, enquanto a resistência está a ceder e os ataques aéreos aliados não estão a ter os efeitos desejados, pelo que poderá estar em vias de acontecer em Kobani um drama humanitário semelhante, ou mais grave, do que aquele que aconteceu em 1995 em Srebrenica, quando foram assassinados mais de oito mil bósnios muçulmanos. Independentemente das posições geopolíticas e estratégicas que se confrontam naquela região, a probabilidade de acontecer um massacre em Kobani é elevada. Desesperados, os sitiados pedem ajuda internacional e a situação agrava-se todos os dias. Não há sinais de ajuda a Kobani e a cidade pode cair a todo o momento. Hoje o jornal The Independent diz que o plano americano para atacar os jihadistas com ataques aéreos não está a resultar e que esse plano não prevê outras alternativas. Ali ao lado está a Turquia que parece não se querer envolver num problema que, mais tarde ou mais cedo, vai acabar por lhe bater à porta.          
Ainda há alguém que tenha dúvidas sobre a enorme asneirada e a irresponsabilidade que tem sido a política americana naquela região?

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