quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Os aviões da RAF já voam sobre o Iraque

O Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou ontem que dois aviões Tornado GR4 tinham lançado o seu primeiro ataque contra alvos no norte do Iraque, no quadro da sua campanha contra a jihad e o Estado Islâmico, informando também que os aviões tinham regressado em segurança à sua base em Chipre. Hoje, a edição do The Times, tal como outros jornais ingleses, destaca essa notícia. Esta primeira acção foi realizada quatro dias depois do parlamento britânico ter dado luz verde para a participação na coligação internacional contra o Estado Islâmico no norte do Iraque, por 524 votos a favor e 43 votos contra, após sete horas de intenso debate, isto é, o assunto foi pensado e democraticamente decidido.
A coligação internacional é liderada pelos Estados Unidos e parece já ter a adesão de quatro dezenas de países. Segundo a imprensa, a França, a Bélgica, a Dinamarca e a Holanda já aderiram à coligação e estão a participar nos ataques aéreos, enquanto os mais recentes ataques que os Estados Unidos estão a conduzir no território sírio contam com a participação do Egipto, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Qatar. Pela sua previsível duração e elevado custo, as operações precisam de ser compreendidas e aceites pelas opiniões públicas dos respectivos países, sobretudo numa Europa em recessão e crise económica. Assim, no Reino Unido foram divulgadas imagens da primeira acção britânica no Iraque, a imprensa belga diz que “F-16 belgas: 97% de alvos atingidos” e, sobre os Emirados, é destacado que “mulher comanda bombardeios na Síria”. Por cá, o assunto não é discutido, nem sabemos se ainda temos alguns aviões ou se já foram vendidos todos. Se a FAP tem pilotos ou já estão todos na TAP. Ouvimos o Ministro da Defesa dizer que “Portugal vai participar na coligação internacional contra o Estado Islâmico, ressalvando que “a seu tempo se verá” de que forma, enquanto o Presidente da República afirmou que “não está prevista a participação de militares portugueses na coligação internacional contra o Estado Islâmico”. Em vez destas tiradas despropositadas ou até contraditórias, talvez fosse interessante perguntar aos portugueses através dos seus representantes, tal como foi feito no Reino Unido, o que é que acham deste assunto.

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