sábado, 15 de novembro de 2014

As jóias da expansão expostas em Lisboa

 
O Museu do Oriente inaugurou a exposição  ‘Jóias da Carreira da Índia’, que exibe cerca de duas centenas de peças, na sua maioria de ouro e prata, trabalhadas e enriquecidas com gemas, pérolas, marfins e esmaltes de cores exuberantes, que foram produzidas em diferentes lugares do Oriente e trazidas para o Reino a bordo das naus da Carreira da Índia. Esta carreira fazia a ligação anual entre Lisboa e Goa, embora por vezes também se dirigisse a outros destinos como Cochim, Baçaim ou mesmo Malaca, tendo entrado na História pelo seu pioneirismo náutico e pelo seu impacto no encontro cultural e económico entre o Ocidente e o Oriente. A viagem começou a ser estabelecida em finais do século XV e manteve-se ao longo dos tempos, até ao aparecimento da navegação a vapor e à abertura do canal do Suez. Cada uma destas viagens demorava cerca de 6 a 8 meses. Na viagem de ida, as naus levavam soldados, religiosos, mercadores e aventureiros, mas na viagem de regresso, ou torna-viagem, traziam a pimenta da costa do Malabar, a canela do Ceilão e o cravo das Molucas.
Porém, enquanto o negócio das especiarias era reservado em exclusivo ao rei de Portugal, muitas outras mercadorias e objectos raros como as peças de joalharia, “cabiam no bolso de qualquer viajante”. Essas preciosidades da joalharia oriental – colares, pendentes, pulseiras, adagas, taças, caixas e outros objectos – alimentavam a cobiça de muitos indivíduos que as adquiriam para fruição pessoal ou para serem vendidas em Portugal e na Europa.  
A exposição é uma bela lição de História da Expansão Portuguesa, sendo apoiada por um excelente catálogo. Pode ser vista até ao dia 26 de Abril de 2015 e constitui um documento de grande interesse histórico e estético que junta peças de diversas origens, muitas delas nunca antes expostas.  

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