quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O anunciado fim do bloqueio a Cuba

A imprensa mundial destaca hoje a decisão de Barack Obama de dar um primeiro passo para restabelecer as relações bilaterais com Cuba, depois de mais de 53 anos do bloqueio que os americanos impuseram à ilha na sequência da tomada do poder por Fidel de Castro e pelos combatentes da Sierra Maestra.
O presidente americano foi claro ao dizer que “se foram retomadas as relações com a China, também comunista, assim como com o Vietnam, era tempo de fazê-lo também com Cuba”, acrescentando que “não podemos continuar a fazer o mesmo durante 50 anos e esperar um resultado diferente”.
Já houve troca de prisioneiros e de imediato será aberta uma embaixada americana em Havana, esperando-se que o Congresso decida rapidamente o fim do bloqueio, para que os cubanos residentes nos Estados Unidos possam enviar dinheiro para os seus familiares em Cuba, para que os americanos voltem a poder passar férias na ilha e para que, de uma forma geral, fiquem normalizadas as relações entre dois países que estão a escassos 157 quilómetros de distância.
Simultaneamente em Havana, o presidente cubano em exercício Raúl Castro fez uma declaração no mesmo sentido, tendo ambos agradecido o papel mediador do Papa Francisco no restabelecimento destas relações.
Segundo hoje informa o El País, a cooperação diplomática entre o Papa e Barack Obama parece ter-se iniciado no passado mês de Março quando os dois líderes conversaram no Vaticano durante quase uma hora, tendo então forjado uma aliança que incluia uma solução para o isolamento de Cuba e para outros assuntos internacionais sensíveis, designadamente a instabilidade no Médio Oriente e na Venezuela e a colaboração turca na luta contra o terrorismo jihadista. Naquele dia de Março, referindo-se ao Papa Francisco, Barack Obama disse que “a sua voz deve ser escutada”, acrescentando: “Ele desafia-nos. O Papa põe ante os nossos olhos o perigo de nos acostumarmos à desigualdade”. Abre-se agora uma nova e imprevista era nas relações entre Cuba e os Estados Unidos. Realmente, o Papa Francisco desafia-nos!

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