domingo, 31 de maio de 2015

A insólita reeleição de Joseph Blatter

Apesar da tempestade que atingiu a FIFA, na passada sexta-feira Joseph Blatter foi reeleito para fazer o seu quinto mandato como presidente da organização que governa o futebol mundial, depois de ter ocupado o cargo durante 17 anos, de não ter evitado a enorme corrupção que agora foi denunciada e de já ter 79 anos de idade. A imprensa internacional continuou a ocupar-se desta estranha e surpreendente eleição e, no dia seguinte, a capa do Der Spiegel é apenas um exemplo da atenção que o tema mereceu. Mesmo no meio da tempestade que criou ou que não foi capaz de dominar, Joseph Blatter venceu com facilidade. As 209 federações nacionais inscritas na FIFA ainda tiveram que realizar uma segunda volta do escrutínio pois Blatter não conseguiu os dois terços de votos necessários para assegurar a vitória na primeira ronda. O apoio da generalidade das federações europeias, dos Estados Unidos, do Canadá e da Nova Zelândia ao príncipe jordano Ali bin Hussein não foram suficientes para derrotar Blatter.
O mundo admirou-se pelo facto de 133 federações nacionais terem apoiado Blatter, depois do que se passou nos últimos dias. Porém, o presidente da FIFA soubera conquistar esses apoios ao longo dos anos com a oferta de frequentes viagens a Zurique para reuniões e worshops, com alojamento nos mais luxuosos hotéis da cidade, com o pagamento de prémios por presença nessas reuniões, além de outras quase irresistíveis mordomias.    
Em comunicado enviado à imprensa a Federação Portuguesa de Futebol condenou a recondução de Blatter na presidência da FIFA que, segundo ela, deveria ter sido adiada e é uma prova de que Luís Figo tinha razão quando desistiu da sua candidatura por não querer caucionar este processo. Às vezes, no meio das tempestades, sabemos tomar as atitudes correctas.

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