Apesar da
tempestade que atingiu a FIFA, na passada sexta-feira Joseph Blatter foi
reeleito para fazer o seu quinto mandato como presidente da organização que
governa o futebol mundial, depois de ter ocupado o cargo durante 17 anos, de
não ter evitado a enorme corrupção que agora foi denunciada e de já ter 79 anos
de idade. A imprensa internacional continuou a ocupar-se desta estranha e
surpreendente eleição e, no dia seguinte, a capa do Der Spiegel é apenas um exemplo
da atenção que o tema mereceu. Mesmo no meio da tempestade que criou ou que não
foi capaz de dominar, Joseph Blatter venceu com facilidade. As 209 federações
nacionais inscritas na FIFA ainda tiveram que realizar uma segunda volta do
escrutínio pois Blatter não conseguiu os dois terços de votos necessários para
assegurar a vitória na primeira ronda. O apoio da generalidade das federações
europeias, dos Estados Unidos, do Canadá e da Nova Zelândia ao príncipe jordano
Ali bin Hussein não foram suficientes para derrotar Blatter.
O mundo
admirou-se pelo facto de 133 federações nacionais terem apoiado Blatter, depois
do que se passou nos últimos dias. Porém, o presidente da FIFA soubera conquistar
esses apoios ao longo dos anos com a oferta de frequentes viagens a Zurique
para reuniões e worshops, com
alojamento nos mais luxuosos hotéis da cidade, com o pagamento de prémios por
presença nessas reuniões, além de outras quase irresistíveis mordomias.
Em comunicado
enviado à imprensa a Federação Portuguesa de Futebol condenou a recondução de
Blatter na presidência da FIFA que, segundo ela, deveria ter sido adiada e é
uma prova de que Luís Figo tinha razão quando desistiu da sua candidatura por
não querer caucionar este processo. Às vezes, no meio das tempestades, sabemos
tomar as atitudes correctas.
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