quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A escolha do próximo Primeiro-Ministro

As eleições legislativas realizaram-se no dia 4 de Outubro mas continuamos sem saber quem será o futuro Primeiro-Ministro. Porém, ao contrário do que dizem alguns protagonistas que andam por aí, por agora isso não é um problema, até porque os dias continuam a ter 24 horas, os rios continuam a correr para o mar e a lei de Lavoisier continua viva, isto é, na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Estes dias de incerteza e de curiosidade quanto ao nome do próximo Primeiro-Ministro têm servido para que na televisão, na rádio e nos jornais, tenham aparecido centenas de cidadãos a expressarem a sua fundamentada opinião e a mostrar que há saídas constitucionais para todos os gostos, ou seja, Sua Excelência - que já pensou em todos cenários - vai ouvir os partidos representados na Assembleia da República e, tendo em conta os resultados eleitorais, vai nomear um Primeiro-Ministro, cujo programa essa mesma Assembleia da República irá aceitar ou rejeitar. Depois se verá...
No meio desta silenciosa algazarra que nos envolve, já há algumas coisas que se devem salientar. A primeira é que a maioria absoluta acabou e que a estabilidade e a governabilidade exigem humildade e compromisso a quem aceitar a incumbência de formar governo.  A segunda é que são os portugueses, através dos seus deputados, que aprovam ou reprovam o programa do governo, o que significa que essa tarefa não cabe aos comentadores. A terceira é que aquela ideia do arco da governação é uma treta inventada pelo portismo e que caiu por terra, pois os governos dependem do Parlamento e para apoiar um governo não há deputados de primeira e deputados de segunda.
Para além destas realidades, há uma novidade na política portuguesa que nunca se vira antes com tal intensidade, a lembrar os tempos sombrios do Diário da Manhã e da União Nacional. Trata-se da intervenção de alguns indivíduos que, disfarçados de jornalistas ou de comentadores, dão um triste espectáculo de servilismo e de preconceito à mudança, que difamam, que insultam e que nos envergonham a todos. O que eles fazem não é jornalismo. É uma repugnante propaganda. É a arruaça. Moram nas televisões, mas também no Observador e no Correio da Manha, entre outros locais que lhes dão abrigo e lhes pagam. Esse Fernandes e essa Bonifácio...

Sem comentários:

Enviar um comentário