quinta-feira, 30 de novembro de 2017

R.I.P. Belmiro de Azevedo

A notícia surgiu inesperada e anunciava que o empresário Belmiro de Azevedo falecera aos 79 anos de idade.
Nunca o encontrei e, provavelmente, não tinhamos concepções de vida parecidas, mas ouvi-o muitas vezes, desassombrado e directo, a comentar a vida política e económica portuguesas, com objectividade, com inteligência e com frontalidade. Porém, não era essa a faceta que mais admirava no homem que reergueu a Sonae e que estendeu a sua actividade a diversas áreas da nossa actividade económica como a distribuição (Continente e Modelo), o jornal Público, as telecomunicações (Optimus) e o retalho especializado (Worten, Vobis, Bonjour, Sportzone), entre outras.
Num país em que há uma enorme lacuna de empreendedores que assumam riscos empresariais, que transformem os nossos recursos e que acrescentem valor aos nossos produtos e serviços, o engenheiro Belmiro de Azevedo foi um pioneiro na gestão e na inovação mas, sobretudo, foi um dos maiores criadores de emprego que Portugal conheceu depois da revolução de 1974.  Nos sectores de actividade em que se envolveu e, em especial, no sector da distribuição, foi um criador de muitos milhares de empregos directos e indirectos. Serão cerca de 40 mil trabalhadores directos que hoje têm um posto de trabalho permanente naquilo a que se chama o “universo Sonae”, que Belmiro de Azevedo criou.
Logo que a notícia da sua morte foi conhecida, sucederam-se inúmeras declarações de elogio e de homenagem a um homem que, sendo rico, se comportava como um grande trabalhador e com hábitos sociais muito moderados. 
Homens destes fazem muita falta a Portugal.

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