Nos dois últimos
dias realizou-se em Abidjan, na Costa do Marfim, a 5.ª Cimeira União Africana -
União Europeia que reuniu os dirigentes dos 55 Estados-membros da União
Africana e dos 28 Estados-membros da União Europeia, que teve como tema
central o investimento na juventude.
O tema é
importante porque a maioria da população africana tem actualmente menos de 25
anos de idade e se estima que, até meados deste século, uma em cada quatro
pessoas no mundo será africana. Por isso, a cimeira procurou definir
orientações no sentido de se investir nos jovens africanos e na
sustentabilidade das suas vidas, através da educação e das infraestruturas, mas
também da paz, da segurança e da boa governação.
Nestas cimeiras,
acontecem sempre muitos encontros bilaterais e, de entre eles, revestiu-se de
particular interesse o encontro entre o Presidente João Lourenço de Angola e o
1º Ministro António Costa de Portugal. No seguimento desse encontro ao mais
alto nível, o ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto,
garantiu que as relações entre Angola e Portugal “são excelentes”, mas que
estão “ensombradas por um caso específico que releva da actuação da justiça
portuguesa”, referindo-se ao caso que envolve o antigo vice-presidente angolano Manuel Vicente,
que está acusado pela justiça portuguesa por corrupção activa na forma
agravada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. O ministro
angolano salientou que Angola respeita a separação de poderes e que a única
coisa que pretende é que o poder judicial português tenha em conta os
interesses de Portugal e de Angola, o que foi destacado hoje pelo jornal O
PAÍS em notícia de primeira página.
Sobre o mesmo
assunto, António Costa afirmou que o caso transcende o poder político e é da exclusiva
responsabilidade das autoridades judiciárias portuguesas, mas também disse que
os dois países estão a ultrapassar as dificuldades económicas recentes e que
isso “permite encarar com optimismo e confiança o crescimento das relações
económicas nos próximos anos” e reafirmar Angola como o principal parceiro português
em África.
Os portugueses precisam de Angola e os angolanos precisam de Portugal. Acabem, portanto, com os amuos.
Os portugueses precisam de Angola e os angolanos precisam de Portugal. Acabem, portanto, com os amuos.
Qual o valor prioritário? Os "altos interesses" - económicos, políticos, pessoais - ou a Justiça? Não é assunto fácil, com tantos interesses sempre em jogo...
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