quinta-feira, 19 de maio de 2011

O azar dos Távoras

Lisboa – Beco do Chão Salgado
No bairro de Belém e muito próximo da famosa Fábrica dos Pastéis de Belém, existe o minúsculo Beco do Chão Sagrado, onde está colocado um obelisco comemorativo do suplício dos Távoras. Naquele local, então conhecido por “patíbulo de Belém”, foram supliciados os Marqueses de Távora, os seus filhos, outros dos seus familiares e vários colaboradores, acusados de terem organizado um atentado contra o rei D. José. O sinistro acto concretizou-se no dia 13 de Janeiro de 1759, tendo começado antes das sete horas da manhã e sido prolongado por cerca de 9 horas de vingança, tortura e morte.

O atentado ocorrera na noite de 3 de Setembro de 1758, no local onde hoje se situa a igreja da Memória (Calçada do Galvão), que depois foi mandada construir pelo rei em acção de graças.
O processo que se seguiu, inspirado pelo Marquês de Pombal, foi rápido, sumaríssimo e sem que os acusados tivessem direito à sua defesa. No dia 4 de Janeiro foi formado um tribunal especial e, no dia 12 de Janeiro de 1759, foi lida a ignóbil sentença que foi executada no dia seguinte.
O chamado processo dos Távoras durou apenas 132 dias e as penas aplicadas excederam em violência a legislação penal em vigor e constituíram um acto de vingança ferocíssima. É, certamente, uma das páginas mais negras da História de Portugal que o povo memorizou com a expressão “o azar dos Távoras”.

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