O F. C. Porto ganhou ontem em Dublin a Europa League 2011, numa inédita final que colocou frente a frente duas equipas portuguesas. O vencedor de Dublin já tinha triunfado na Liga Portuguesa com um enorme avanço pontual e o título da A Bola justifica-se: tudo azul.
O jogo e a festa correram bem. Milhares de adeptos das vizinhas cidades do Porto e Braga convergiram para Dublin. Os adeptos conviveram, os dirigentes respeitaram-se e os jogadores honraram as suas camisolas. Os elogios foram recíprocos. Todos foram exemplares.
Nos dias e horas que antecederam o acontecimento, todos os canais televisivos nacionais o mediatizaram exaustivamente durante muitas horas. Foi uma cobertura televisiva cansativa, com reportagens de rua demasiado repetitivas e com muita gente a dar opinião. A ideia transmitida de “uma final portuguesa” e os discursos laudatórios emitidos sobre o futebol português, apenas compreensíveis numa lógica de recuperação da nossa abalada auto-estima colectiva, mereciam um tratamento mais cuidadoso por parte dos muitos repórteres que as televisões mobilizaram para "a festa".
Na realidade, os 22 jogadores que entraram em campo para disputar a final eram oriundos de sete países: nove brasileiros, sete portugueses, dois colombianos, um argentino, um uruguaio, um peruano e um romeno. É certo que os treinadores eram portugueses, mas até o golo da vitória foi construído por colombianos, depois de uma falha de um peruano e de um remate que um brasileiro não defendeu.
No fim, viam-se diversas bandeiras nacionais, mas a bandeira portuguesa esteve quase ausente. Era tudo azul.
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