Um movimento auto-designado “Democracia real, já”, impulsionado pelas redes sociais, desde o dia 15 de Maio que tem conseguido juntar milhares de manifestantes nas Portas do Sol, em Madrid, protestando contra as condições de vida social e económica em Espanha.
O movimento de protesto, também já baptizado como 15-M ou como “protesto dos indignados”, já alastrou a várias cidades espanholas, como Barcelona, Valência, Bilbau, Vigo e Granada, entre outras, tendo ocupado as suas principais praças.
Os manifestantes são, sobretudo, os jovens - as maiores vítimas do desemprego e da precariedade laboral – mas também os desempregados de longa duração, os sobre-endividados e os reformados em situação difícil, além de outras pessoas atingidas pela crise económica e financeira.
Os manifestantes afirmam-se apartidários e em “reflexão colectiva” , reclamam por uma democracia participativa e por alterações no sistema económico, protestando contra os políticos e os banqueiros pela forma como estão abordar a crise.
Entretanto, decorre a campanha para as eleições regionais e municipais que se realizam no próximo domingo, o que levou a Junta Eleitoral a proibir as manifestações de sábado e domingo, que são os dias de reflexão e de realização das votações, mas os manifestantes garantem que irão desobedecer à decisão das autoridades.
O primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero, já veio dizer que “é preciso ouvir e ser sensível porque há razões para esse descontentamento e essas críticas”.
Evidentemente que a Espanha não é o Egipto, nem a Tunísia ou a Síria, mas o que se está a passar ali ao lado, também nos obriga a ouvir e a reflectir. De resto, antes que seja tarde, também a acomodada e distraída Europa deverá começar a ouvir e a reflectir. Estamos, de facto, em tempo de reflexão colectiva.
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