terça-feira, 8 de janeiro de 2013

2013: ainda há “jobs for the boys”

Hoje, o Diário da República, 2.ª série — N.º 5 (Parte C) inclui 26 despachos de nomeação assinados pelo Secretário de Estado da Cultura, que nomeiam outras tantas pessoas para exercer funções no seu gabinete, incluindo 3 adjuntos, 5 técnicos-especialistas, 3 motoristas, 2 secretárias pessoais e mais 13 pessoas. Lê-se e quase não se acredita. 
É com este tipo de opções que se consome o Orçamento do Estado e que não se consegue controlar o défice público. Um gabinete de um Secretário de Estado, mesmo que se trate de pessoa competente como parece ser o caso, não pode ter tanta gente a consumir recursos orçamentais, quer seja para fazer trabalho que compete às direcções-gerais, quer seja para alimentar clientelas ou, até, o próprio ego de um deslumbrado e ambicioso governante. São, evidentemente, "jobs for the boys". É um caso surpreendente de despesismo e de exibicionismo, infelizmente igual a muitos outros que acontecem nos gabinetes ministeriais, numa altura em que o governo avançou com o “napalm fiscal”, ao lançar um brutal aumento de impostos sobre os trabalhadores e os pensionistas. Todos recordamos que o governo chegou ao poder em 2011 com um discurso de combate às “gorduras do Estado” e, nesse sentido, uma boa parte destas 26 nomeações premeia os “boys”, mas apenas serve para aumentar essas mesmas gorduras.
É lamentável que muitos dos nossos governantes não conheçam a dura realidade que está a afectar os portugueses, nem saibam como é importante o bom exemplo da contenção como factor de mobilização nacional e de restauro da confiança.

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