Ontem expressei aqui a minha surpresa pelo número de elementos que integram o gabinete do Secretário de Estado da Cultura, que achei exagerado, desproporcionado e, consequentemente, gerador de despesa supérflua e contributo para o agravamento do nosso défice público. Afinal, aquele caso não é singular. Alguém me chamou a atenção para o que se passa com o gabinete do nosso primeiro e fui verificar. E lá estão os nomes, a função, idade, data de nomeação e vencimento de 67 leais servidores do nosso primeiro e da causa pública, isto é, gente de confiança. É certamente gente sábia e experimentada. É um verdadeiro exército de 10 assessores, 10 secretárias pessoais, 7 adjuntos, 4 técnicos-especialistas, 13 técnicos administrativos, 12 motoristas e mais uma dezena de outros colaboradores. Haverá mais alguns, especialmente alguns rapazes musculados que dão pelo nome de seguranças. É manifestamente gente a mais. Muitos desses sábios e experimentados colaboradores são boys ou são compagnons de route do nosso primeiro. Desse exército de apoio há 22 elementos cuja remuneração mensal é superior a 3 mil euros e assim, ao fim de cada mês, são necessários cerca de 150 mil euros para pagar os salários desta malta, fora os extras que essa gente custa em deslocações e estadas, em viaturas, reparações, seguros e combustíveis, mais as horas extraordinárias, mais os subsídios disto e daquilo, mais os telefones e, em alguns casos, os cartões de crédito. Quando se vêem os jovens a abandonar o país, a brutalidade do desemprego, o pequeno comércio a fechar portas, a insegurança a instalar-se nas ruas e a coesão social a perigar, este tipo de comportamentos arrasa o contribuinte e o cidadão.
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