sexta-feira, 12 de abril de 2013

Uma navegação sem rumo e sem destino



A situação que atravessamos é cada vez mais complexa e a recente decisão do Tribunal Constitucional apenas veio confirmar que o governo já não consegue disfarçar a sua incapacidade para mudar de políticas. O governo diz tudo e o seu contrário. Que não tinha Plano B e afinal…Que não tinha necessidade de mais tempo nem de mais dinheiro e afinal… As previsões são grosseiramente erradas e o professor Marcelo já veio dizer que o ministro Gaspar parece um astrólogo e perdeu credibilidade. O discurso dos partidos da coligação é completamente diferente do discurso que fizeram durante a campanha eleitoral. Não se prepararam. Não estudaram. Não sabem o que se está a passar na economia e na sociedade, nem na eminente ruptura social que nos ameaça. As oposições reclamam o fim desta caminhada sem rumo e desta teimosa escolha de austeridade, sem que seja feita qualquer coisa pelo crescimento e pelo emprego. Mas não são apenas as oposições a protestar. 
Hoje, o Jornal de Notícias destaca em primeira página que “Barões laranja levantam a voz contra o Governo” e lá estão plasmadas as declarações de Manuela Ferreira Leite, António Capucho e Rui Rio. E o que dizem? Que a insistência na austeridade não vai levar a lado nenhum, que há um despacho a proibir novas despesas que “não tem ponta por onde se lhe pegue” e “é sintoma de um governo que já está sem norte e faz disparates desta natureza”, ou que se trata de um governo que “é incapaz e incompetente”. Depois, há Pacheco Pereira que pede a demissão do governo e salienta o seu “espírito de vingança em relação a todos os que lhe criam obstáculos”; e Ângelo Correia que se mostra indignado com a receita de austeridade imposta pelo governo”; e Alberto João Jardim a dizer que “não basta a demissão do ministro das Finanças, mas que tem que ser um novo governo”. E são muitos mais. Contudo, o nosso primeiro é surdo e teimoso. Acusado de ter à sua volta gente inexperiente e incompetente, decidiu recorrer a um maduro. Já tinha um branco, agora tem um maduro. Infelizmente não deve ser com estes maduros que podemos alimentar a esperança em dias melhores.



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