sexta-feira, 7 de junho de 2013

Privatizar os Correios? Não, obrigado!



No Memorando de Entendimento assinado no dia 17 de Maio de 2011 entre o governo português e a troika, estava incluída a privatização dos Correios de Portugal, vulgarmente conhecidos pela sua histórica sigla: CTT. Sempre me pareceu um exagero, até porque a receita proveniente da sua venda não tem qualquer significado na amortização da nossa dívida pública. Passou-se o mesmo com a EDP e com a ANA. Mas há dois anos, vivíamos em situação de aperto financeiro, os especuladores cercavam-nos e até poderia ter sido um compromisso aceitável. 
Porém, os tempos mudaram e o governo até já anunciou que “chegou o momento do investimento”. Sendo assim, o processo de privatização dos CTT não faz sentido nenhum, porque a sua venda é, objectivamente, um desinvestimento, como já evidenciou o recente encerramento de 124 das suas estações. Apesar da tendência europeia para a privatização dos correios e para a liberalização total do sector postal, os CTT não são uma empresa qualquer, pois são um instrumento de coesão social e territorial que atenua a desertificação do interior e serve populações carenciadas, para além de terem um historial centenário e serem reconhecidos como um dos melhores operadores mundiais. Acontece, ainda, que nos últimos anos os CTT têm rendido ao Estado dividendos superiores a 50 milhões de euros anuais, ou seja, a empresa não é deficitária e contribui de forma significativa para a receita pública. Então, porquê vendê-la? Por este andar e com esta teimosia privatizadora, ainda acabam a vender as Berlengas, a Torre de Belém ou a ilha do Corvo.

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