sexta-feira, 28 de março de 2014

Stiglitz e a dívida pública portuguesa

Joseph Stiglitz, o Prémio Nobel da Economia de 2001, esteve em Macau há alguns meses a convite da Autoridade Monetária e Cambial, mas regressou agora para participar no arranque do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental (MIECF) e para proferir algumas palestras. O jornal Hoje Macau destaca na sua edição de hoje as principais linhas das intervenções de Stiglitz, em que defende o combate às desigualdades sociais e à corrupção, para além de apontar caminhos que o jornal sintetiza com a frase “morte aos cheques”, porque em sua opinião, mais importante do que dar cheques à população, é necessário o investimento na saúde e na educação, para que sejam áreas acessíveis a todos, uma vez que as desigualdades começam desde a infância.
Interrogado a respeito da situação portuguesa o Prémio Nobel da Economia preferiu não dizer se assinaria o manifesto assinado em Portugal por 74 personalidades em que pedem a reestruturação da dívida pública, mas defendeu que o país precisa de o fazer “de forma profunda” e acrescentou:
“Se essa reestruturação não for suficiente, voltarão a ter problemas dentro de três anos, tal como a Grécia teve”.
Joseph Stiglitz também chamou a atenção para a posição das estruturas europeias:
“Há uma resistência muito grande no Banco Central Europeu e na Alemanha à reestruturação da dívida. Representam os interesses dos credores que querem sempre estrangular o devedor. O que é pouco inteligente, porque estrangulando o devedor conseguem menos do que conseguiriam se o tratassem bem. Mas há uma propensão para estrangular”.
Bom seria que os nossos submissos e insensíveis governantes aprendessem com Stiglitz e, tivessem orgulho no nosso povo,  não se deixando humilhar pela troika, pelos seus funcionários e pelos seus mentores.

Sem comentários:

Enviar um comentário