Joseph Stiglitz, o Prémio Nobel da Economia de 2001, esteve em Macau há
alguns meses a convite da Autoridade Monetária e Cambial, mas regressou agora
para participar no arranque do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação
Ambiental (MIECF) e para proferir algumas palestras. O jornal Hoje
Macau destaca na sua edição de hoje as principais linhas das intervenções
de Stiglitz, em que defende o combate às desigualdades sociais e à corrupção, para
além de apontar caminhos que o jornal sintetiza com a frase “morte aos cheques”,
porque em sua opinião, mais importante do que dar cheques à população, é necessário
o investimento na saúde e na educação, para que sejam áreas acessíveis a todos,
uma vez que as desigualdades começam desde a infância.
Interrogado a respeito da situação portuguesa o Prémio Nobel da
Economia preferiu não dizer se assinaria o manifesto assinado em Portugal por
74 personalidades em que pedem a reestruturação da dívida pública, mas defendeu
que o país precisa de o fazer “de forma profunda” e acrescentou:
“Se essa
reestruturação não for suficiente, voltarão a ter problemas dentro de três anos,
tal como a Grécia teve”.
Joseph Stiglitz também chamou a atenção para a posição
das estruturas europeias:
“Há uma resistência muito grande no Banco Central
Europeu e na Alemanha à reestruturação da dívida. Representam os interesses dos
credores que querem sempre estrangular o devedor. O que é pouco inteligente,
porque estrangulando o devedor conseguem menos do que conseguiriam se o
tratassem bem. Mas há uma propensão para estrangular”.
Bom seria que os nossos
submissos e insensíveis governantes aprendessem com Stiglitz e, tivessem orgulho no nosso povo, não se deixando humilhar pela troika, pelos seus funcionários e pelos
seus mentores.
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