terça-feira, 15 de julho de 2014

A Copa do Mundo 2014 – comentário IV

A 20ª Copa do Mundo terminou no domingo e, sem qualquer surpresa, a equipa da Alemanha foi a vencedora, o que fez lembrar a adivinha da pescada: qual é a coisa qual é ela, que antes de ser já o era?
A equipa alemã foi a que melhor se prepararou e que melhor se apresentou no Brasil. Os seus jogadores concentraram-se no seu objectivo e não se dispersaram em jogos para angariação de fundos, em cansativas deslocações ou em demoradas sessões publicitárias, tendo parecido adoptar o rigor da tecnologia alemã inspirado na BMW, na Mercedes, na Volkswagen ou na Siemens.
A Argentina bateu-se bem, ficou em segundo lugar e, segundo a FIFA, até contou com o melhor jogador na competição. Assim, se o resultado final lhe foi desfavorável só pode ter sido porque os companheiros de Messi eram muito maus. Como não é isso que acontece, temos que a FIFA insiste em ignorar que fora de Barcelona, sem o apoio de Iniesta e sem a protecção dos árbitros espanhóis, o Messi não é a mesma coisa.
A Holanda brilhou, nunca perdeu e, através de Robin van Persie, marcou o mais espectacular golo de toda a competição, mas a Colômbia também brilhou com os golos de James Rodriguez, que os portugueses bem conhecem.
O Brasil do futebol ficou aquém das expectativas no que respeita aos resultados desportivos, mas o Brasil da competência organizativa ganhou... pois teve a capacidade de gerir com muita eficiência uma organização muito complexa, dando uma excelente imagem para o exterior e recebendo a aprovação de 83% dos estrangeiros que estiveram no Brasil. Para aqueles que não acreditavam que os estádios e outras infraestruturas fossem concluidos a tempo, que temiam que os aeroportos “rebentassem pelas costuras” e que previam que alguma agitação social viesse perturbar a segurança e o quotidiano nas cidades brasileiras, o Brasil deu uma grande lição ao mundo e passou uma imagem de capacidade organizativa, de segurança, de bom acolhimento, de eficiência nas telecomunicações e de elevado desportivismo. É certo que continua a contestação daqueles que ao despesismo da Copa, preferiam mais investimento na educação e na saúde dos brasileiros, mas esse é um problema interno. Daqui, o que nós vimos foi uma realização excelente de uma nação afirmativa e vibrante. 

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