O gabinete oficial de estatísticas da EU (Eurostat) divulgou
no passado dia 10 a newsrelease 108/2014,
na qual anuncia as primeiras estimativas sobre a população europeia relativas a
1 de Janeiro de 2014. Assim, no primeiro dia do ano a
população da União Europeia (UE28) era estimada em 507,4 milhões de pessoas,
ligeiramente superior aos 505,7 milhões que se verificavam no dia 1 de Janeiro
de 2013, sendo esta alteração justificado por um aumento natural de 80 mil
pessoas e por um acréscimo de 700 mil novos imigrantes.
No que se refere a
Portugal a informação do Eurostat é bem precisa: no ano de 2013 a população
portuguesa baixou de 10,48 para 10,42 milhões de pessoas, tendo havido 82,8 mil nascimentos e 106,5 mil óbitos. A este crescimento negativo de
-23,8 mil pessoas há a acrescentar um saldo migratório negativo de -36,2 mil
habitantes, pelo que o país perdeu cerca de 60 mil habitantes no último ano. A
situação de envelhecimento demográfico é muito grave e é bem conhecida, mas o
governo não parece dar-lhe a importância que merece com medidas incentivadoras
da natalidade. Portugal registou em 2013 a mais baixa taxa bruta de natalidade
na UE28 (7,9‰),
enquanto na Espanha essa taxa se situou nos 9,1‰. Relativamente aos óbitos, em
Portugal verificaram-se 10,2 óbitos por mil habitantes, enquanto na Espanha
aconteceram 8,3 óbitos por mil habitantes. Significa, portanto, que em Portugal
houve menos nascimentos e mais óbitos do que em Espanha e que a alteração
demográfica natural foi mais grave em Portugal do que em Espanha.
Porém,
enquanto o diário ABC fala hoje do “suicídio
demográfico espanhol”, os nossos jornais não consideram este tema
merecedor de destaque nas suas primeiras páginas. É lamentável que os nossos
jornais e a generalidade dos nossos jornalistas se percam com assuntos menores e que ignorem o seu papel na construção
da nossa realidade social e que não cumpram a sua função de alertar e de pressionar
os poderes públicos democráticos presentes na sociedade.
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