sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O Papa Francisco pode acordar a Europa?

No próximo dia 25 de Novembro o Papa Francisco vai visitar o Parlamento Europeu em Estrasburgo e falar aos 751 deputados eleitos nos 28 Estados-membros, por convite do respectivo presidente Martin Schulz. É a segunda vez que um Papa visita o Parlamento Europeu, depois de João Paulo II ter feito idêntica visita em Outubro de 1988. Na véspera, dia 24 de Novembro de 2013, perfaz-se um ano sobre a data em que o Papa divulgou uma exortação apostólica que intitulou Evangelli Gaudium, mas como é uma 2ª feira e esse dia é reservado ao regresso dos senhores deputados que estiveram ausentes durante o fim de semana, a visita papal passou para o dia 25. De qualquer forma, é simbólico que esta visita aconteça um ano depois da exortação apostólica de 2013.
A visita é um acontecimento relevante, pois não se trata apenas da visita do Chefe do Estado do Vaticano, nem do Chefe da Cristandade, mas de um Homem que no seu curto pontificado já se tornou uma voz mundialmente respeitada pelas posições coerentes que tem assumido em relação à paz e à defesa dos mais desfavorecidos, ao meio ambiente, à justiça social, à fome, à pobreza, aos abusos sexuais, ao celibato dos padres e à participação das mulheres na Igreja. Algumas das suas ideias tornaram-se marcantes - “esta economia mata” ou “o dinheiro deve servir e não dominar” – e serão certamente repetidas em Estrasburgo para acordar a Europa e para inspirar os seus dirigentes que, cada vez mais, são vassalos do seu interesse pessoal e não zelam pela coesão económica e social do velho continente. A  Europa adormeceu nas margens de um rio de prosperidade que já não corre como antes, mas continua sem reagir e sem acordar. Vive dominada pela ganância de políticos medíocres e sem visão, está escravizada pelas instâncias financeiras, perdeu os ideais da unidade e da solidariedade, passa por tempos muito difíceis e ameaça desagregar-se.
“Será que o Papa pode acordar a Europa”, foi o título escolhido pelo semanário católico La Vie, para analisar a visita papal a Estrasburgo e, de facto, essa visita poderá contribuir para que a Europa acorde.

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