quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A batalha por Kobani é dura e incerta

 
A edição de hoje do International New York Times destaca com texto e imagem na sua primeira página, a guerra que se desenrola na cidade síria de Kobani e informa que aquela batalha “é um teste para todos os lados”, isto é, para as unidades de protecção popular curdas (YPG), para as forças do Estado Islâmico (Islamic State of Iraq and Syria ou ISIS) e, também, para as forças internacionais.
A ofensiva do ISIS sobre Kobani iniciou-se em 16 de Setembro e tem sido caracterizada pela sua extrema violência. A cidade foi praticamente abandonada pelos seus 60 mil habitantes que se refugiaram na Turquia, enquanto os combatentes curdos que são apoiados pela aviação americana ocupam uma parte da cidade e os jihadistas do ISIS ocupam a outra parte.
As notícias sobre os avanços e os recuos das duas partes em confronto são contraditórias e a batalha por Kobani tornou-se emblemática para todos. Para os curdos, a defesa da cidade é apoiada e incentivada pela sua diáspora e representa a afirmação do ideal de independência e um passo necessário para  a criação do Estado do Curdistão. Para o ISIS, a batalha por Kobani é um teste para a sua imagem de invencibilidade e um instrumento para o reforço das suas hostes, pelo que o seu líder tratou de mandar o seu melhor comandante e “ministro da defesa” para coordenar o assalto à cidade. Para além disso, esta batalha também é um teste para a coligação internacional formada para travar a ameaça islâmica, baseada numa estratégia que combina o poder aéreo americano com a acção das forças locais no terreno e, segundo refere o jornal, os Estados Unidos e os seus aliados lançaram mais bombas sobre Kobani do que sobre qualquer outro local da Síria.
Porém, a edição do International New York Times tem outro destaque na primeira página. Trata-se de uma notícia sobre um vídeo de propaganda do ISIS com 7 minutos de duração, que foi divulgado em França, no qual se apela aos muçulmanos franceses para fazerem a "guerra santa" e para se juntarem à jihad. Entre outros, as autoridades francesas conseguiram identificar um dos jihadistas: Michael dos Santos, um jovem de 22 anos de idade, nascido nos arredores de Paris que é filho de pais portugueses.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário