Há cerca de duas
semanas a Guardia Civil espanhola deteve 51 pessoas suspeitas de corrupção
durante uma operação realizada em vários municípios, por alegadas adjudicações
públicas no montante de muitos milhões de euros que terão envolvido esquemas
fraudulentos de comissões. Nesse grupo de detidos encontram-se figuras da
política nacional e local, mas também alguns empresários ligados sobretudo a
empresas de construção civil. A Espanha indignou-se com esta notícia e
manifestou-se perante aquilo a que os jornais e alguns dirigentes partidários
chamaram uma vergonha.
Talvez a forte repulsa
popular tivesse acordado a justiça espanhola, porque a imprensa galega anuncia
hoje que a juíza Maria Jesús García determinou a detenção de 23 pessoas por
tráfico de influências e prática de subornos, as quais se juntam a outras sete
que já estavam detidas na Galiza. O jornal Faro de Vigo destaca na sua primeira
página a operação Zeta, para combate à fraude nas ajudas aos cursos de formação
para desempregados, que levou àquelas detenções, em que se incluem cinco altos funcionários
do governo galego. A notícia identifica os detidos e descreve com algum detalhe
as situações fraudulentas em que estiveram envolvidos.
Estas acções mostram
como a justiça espanhola procura defender o Estado e a sociedade, actuando
sobre a ilegalidade, a fraude e a corrupção. Naturalmente, nós que no nosso
quotidiano “vemos, ouvimos e lemos”, como dizia Sophia, não podemos ignorar a
forma distraida e permissiva, eventualmente cúmplice, como as autoridades
responsáveis encaram o estado da nação, a degradação das instituições e não
zelam pelo bem comum.
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