No próximo dia 25
de Novembro o Papa Francisco vai visitar o Parlamento Europeu em Estrasburgo e
falar aos 751 deputados eleitos nos 28 Estados-membros, por convite do
respectivo presidente Martin Schulz. É a segunda vez que um Papa visita o
Parlamento Europeu, depois de João Paulo II ter feito idêntica visita em
Outubro de 1988. Na véspera, dia 24 de Novembro de 2013, perfaz-se um ano sobre
a data em que o Papa divulgou uma exortação apostólica que intitulou Evangelli Gaudium, mas como é uma 2ª
feira e esse dia é reservado ao regresso dos senhores deputados que estiveram
ausentes durante o fim de semana, a visita papal passou para o dia 25. De
qualquer forma, é simbólico que esta visita aconteça um ano depois da exortação
apostólica de 2013.
A visita é um
acontecimento relevante, pois não se trata apenas da visita do Chefe do Estado
do Vaticano, nem do Chefe da Cristandade, mas de um Homem que no seu curto
pontificado já se tornou uma voz mundialmente respeitada pelas posições
coerentes que tem assumido em relação à paz e à defesa dos mais desfavorecidos,
ao meio ambiente, à justiça social, à fome, à pobreza, aos abusos sexuais, ao
celibato dos padres e à participação das mulheres na Igreja. Algumas das suas
ideias tornaram-se marcantes - “esta
economia mata” ou “o dinheiro deve
servir e não dominar” – e serão certamente repetidas em Estrasburgo para
acordar a Europa e para inspirar os seus dirigentes que, cada vez mais, são vassalos
do seu interesse pessoal e não zelam pela coesão económica e social do velho
continente. A Europa adormeceu nas
margens de um rio de prosperidade que já não corre como antes, mas continua sem
reagir e sem acordar. Vive dominada pela ganância de políticos medíocres e sem
visão, está escravizada pelas instâncias financeiras, perdeu os ideais da
unidade e da solidariedade, passa por tempos muito difíceis e ameaça
desagregar-se.
“Será que o Papa pode
acordar a Europa”, foi o título escolhido pelo semanário católico La
Vie, para analisar a visita papal a Estrasburgo e, de facto, essa visita poderá contribuir
para que a Europa acorde.
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