terça-feira, 19 de abril de 2016

Amadeo volta a Paris cem anos depois

Foi ontem inaugurada no Grand Palais de Paris, com a presença do primeiro-ministro português e da presidente da Câmara Municipal de Paris, uma exposição dedicada à obra de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), que se realiza no âmbito das comemorações dos 50 anos da delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian.
Natural de Manhufe, próximo de Amarante, Amadeo viveu em Paris entre 1906 e 1914 e esteve no centro das vanguardas internacionais da arte do seu tempo e, curiosamente, expôs no Grand Palais durante o Salón de Automne de 1912. No ano seguinte participou na exposição internacional de Arte Moderna, em Nova Iorque, Chicago e Boston, tendo vendido sete das oito obras que expusera.
Agora, a exposição do Grand Palais que o JL nos apresentou na sua última edição, revela cerca de 250 obras de Amadeo correspondentes a uma densa produção artística, com registos muito diversos que vão do cubismo ao surrealismo, com largas referências ao seu mundo rural de Manhufe e ao mundo moderno e cosmopolita de Paris.
O grande objectivo desta exposição é internacionalizar Amadeo como grande figura da arte portuguesa. Antes de Amadeo, esteve Picasso e, antes dele, Velázquez. Por estes dias, na loja do Grand Palais haverá catálogos de Amadeo, discos de fado, azulejos e livros de Sophia de Mello Breyner. É uma grande iniciativa cultural portuguesa que vai estar em Paris até 18 de Julho e bom seria que, com o seu indiscutível peso, a Fundação Calouste Gulbenkian também trouxesse esta mostra até nós. Depois de feiras de vinhos e de presuntos que marcaram a nossa presença internacional nos últimos anos, aqui temos uma iniciativa que nos orgulha!

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