terça-feira, 21 de março de 2017

A Marinha como instrumento de prestígio

Na sua edição de hoje o diário ABC destaca a actividade da Marinha da Espanha e anuncia que há doze navios e cerca de dois mil efectivos a participar em missões internacionais, em cenários tão diferentes como o mar do Norte, a Austrália, a Somália e o golfo de Aden, o Mediterrâneo e até a Antártida, isto é, em cinco continentes. Nunca a Marinha espanhola teve um empenhamento operacional tão intenso desde que em 1975 a Espanha recuperou a democracia.
A edição do jornal ABC é ilustrada com uma fotografia do Juan Carlos I, um navio de projecção estratégica ou navio polivalente do tipo LHD (Landing Helicopter Dock), que é o maior navio da Marinha espanhola.
As missões relatadas na reportagem do ABC integram-se no âmbito das responsalidades espanholas junto da NATO e da EU, mas também têm um carácter nacional. Assim, são indicadas as missões e os meios envolvidos nas acções de combate à pirataria nas costas da Somália onde se encontra o LPD (Landing Plataform Dock) Galícia, no golfo da Guiné, nos exercícios da NATO no mar do Norte e nas costas da Líbia, assim como os exercícios em curso no mar Negro. É descrita a missão da fragata Cristóbal Colón, o mais moderno navio da Marinha espanhola, que está em curso nos portos australianos para promoção da construção naval espanhola que recentemente vendeu dois LHD (o Camberra e o Adelaide) à Marinha australiana. No porto de Usuhaia, na Terra do Fogo, encontra-se o navio oceanográfico Hespérides em apoio à base espanhola na Antártida e às suas campanhas científicas. Finalmente, o navio-escola Juan Sebastián de Elcano navega das Canárias para San Domingo e Nova Iorque em viagem de instrução de cadetes.
São doze navios empenhados e cerca de dois mil efectivos envolvidos. A Espanha zela pelo seu prestígio internacional, porque é disso que se trata, investindo numa presença naval efectiva. Aqui ao lado, Portugal é realmente demasiado pequeno e não tem doze navios nem cerca de dois mil militares para fazer como a Espanha, mas é pena termos tanta gente que ainda quer o país mais pequeno e mais irrelevante na cena internacional.

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