O Museu
Nacional de Arte Antiga (MNAA) está a exibir A Cidade Global, uma
exposição sobre a cidade de Lisboa no
século XVI, quando a Rua Nova dos Mercadores era a maior praça financeira e o
maior mercado de produtos exóticos da Europa. A exposição apresenta-se em torno
de dois quadros descobertos em 2009 que representam essa famosa rua lisboeta. Nesses
quadros, cuja autenticidade tem estado envolta em alguma polémica, está
representada uma parte da vida da cidade, através de mercadores, saltimbancos,
cavaleiros, jóias, sedas, especiarias, animais exóticos e outros objectos
importados de África, do Brasil e da Ásia. É uma figuração quase única e que, como poucas, simboliza a vida da
cidade na época dos descobrimentos.
O objetivo da exposição é exactamente a reconstituição
do coração da cidade mais global da Europa do Renascimento e conta com 249
peças pertencentes a 77 emprestadores, muitas delas pouco conhecidas. A
Cidade Global apresenta-se dividida por seis salas temáticas, nela se
destacando aquela em que são apresentadas as novidades e o conhecimento
científico do tempo, através da exposição de manuscritos, livros, mapas e
outros objectos que simbolizam a grande aventura dos descobrimentos ou da
expansão marítima portuguesa. Porém, as interacções culturais e a arte
resultante do contacto com novas terras e novas gentes também estão devidamente
representadas na exposição que é servida por um excelente catálogo.
Deve ser salientado que a cidade de Lisboa apresentou
nas últimas semanas ou ainda apresenta duas outras grandes exposições sobre
Amadeu de Sousa-Cardoso (MNAC) e sobre Almada Negreiros (FCG), o que parece
significar um invulgar cosmopolitismo cultural contemporâneo, digno da herança
da cidade global do século XVI.
A exposição termina no dia 9 de
Abril e, por isso, nenhum lisboeta deve deixar de agendar uma visita, pois
é uma boa oportunidade para ver uma grande e invulgar exposição sobre um
período tão rico da história portuguesa.
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