quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A ameaça ao processo de paz na Palestina

Aqui há dias ele acordou com a glicémia muito alta, com a visão embaciada e com tonturas e, sem se cuidar, fez asneira da grossa. Refiro-me ao Donald que decidiu reconhecer a cidade de Jerusalém como a capital de Israel. A decisão, para além de ser contrária às decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas e de perturbar os esforços de paz para o Médio Oriente, foi uma provocação para a Palestina e para o mundo.
As reacções não demoraram, isto é, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu desdobrou-se em manifestações de contentamento e de arrogância, enquanto o presidente Mahmoud Abbas, os palestinianos e o mundo árabe reagiram com protestos e com os primeiros ensaios de contestação violenta à infeliz decisão do Donald, com destaque para o Egipto, a Turquia e o Irão. Num outro patamar de crítica à decisão do presidente americano colocou-se a União Europeia, a Rússia e a China, mas também alguns dos mais próximos colaboradores do Donald.
A imprensa mundial tem dedicado muita atenção aos protestos, em que são queimadas bandeiras americanas e em que se podem observar as primeiras acções de uma anunciada intifada.  Nos países árabes os jornais parecem apelar à contestação e à revolta, mas muitos jornais dos  países ocidentais também parecem seguir o mesmo caminho, como fez o jornal canadiano National Post que se publica em Toronto.
Os países árabes que já condenaram a decisão da administração americana e reuniram em Istambul a sua organização de cooperação, tendo declarado "irresponsável, ilegal e unilateral" a decisão do Donald Trump e considerado que a mesma é "nula e sem efeito", ao mesmo tempo que decidiram reconhecer Jerusalém Oriental como a capital ocupada da Palestina e apelaram ao mundo para que adoptasse a mesma medida.
O que vai seguir-se é mesmo uma incógnita, mas o processo de paz parece que naufragou ou, pelo menos, está encalhado.

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