quarta-feira, 14 de março de 2018

As coisas caricatas do nosso quotidiano

O nosso pequeno Portugal tem sido palco nos últimos tempos de incontáveis situações demasiado caricatas, que passam pela política, pelo futebol, pela justiça, mas também por outros sectores, que mostram como o ridículo parece não ter limites.
Comecemos pela política. Com eleições legislativas no horizonte e com o Presidente Marcelo a revelar-se menos beijoqueiro do que o habitual, com António Costa a navegar à bolina, com Rui Rio a procurar tomar o leme ao seu partido e com os partidos da esquerda a agitar os seus eleitorados com vista às futuras eleições, apareceu uma tal de Cristas numa caricata e insensata ambição populista, a falar com uma arrogância e uma ambição desmedidas e a posicionar-se para liderar "todas as direitas" e ser a alternativa a António Costa. Foi a mais caricata e atrevida postura política que se viu ultimamente em Portugal. O que ela disse para mobilizar as suas bases é um atentado à inteligência dos portugueses, pois ninguém percebe como é possível passar de 7% das intenções de voto (sondagens de Janeiro de 2018 da Eurosondagem e da Aximage) para, como ela disse, chefiar o governo.
Também o futebol continua com aspectos caricatos, pois deixou de ser um belo espectáculo para se tornar numa indústria em que prolifera muita gente pouco recomendável, incluindo dirigentes e comentadores que, aos gritos e ameaças, ocupam o espaço televisivo e invadem os nossos domicílios.
Depois temos outro aspecto caricato da nossa vida quotidiana porque, numa lógica absurda e sem qualquer respeito pelo direito ao bom nome das pessoas, assistimos ao anúncio de inquéritos que deveriam ser confidenciais e que arrasam os cidadãos na praça pública, numa promíscua relação entre os agentes do sistema de justiça e os mais reles membros da nobre corporação dos jornalistas.
No plano dos costumes sociais também temos sido assaltados pelo ressurgimento da linha Relvas de falsos doutores, isto é, do reaparecimento de casos de abusivo e desonesto uso de qualificações académicas, como sucede com o título de catedrático que foi aceite por Passos Coelho ou com a utilização da categoria de visiting scholar por Barreiras Duarte.
São apenas algumas das situações caricatas que estão a atravessar a nossa sociedade e que mostram o poder dos media, mas também a altíssima perversidade de alguns deles.

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