A edição de hoje
do jornal inglês The Daily Telegraph destaca na sua primeira página uma
fotografia do HMS Trenchant, um
submarino nuclear britânico armado com mísseis de cruzeiro Tomahawk e torpedos pesados Spearfish,
que está envolvido em exercícios militares no Ártico, no qual também participam
os submarinos americanos USS Hartford
e USS Connecticut. Estes exercícios
revelam o interesse que o Ártico está a despertar no contexto da rivalidade
russo-americana pelo controlo estratégico de uma tão vasta área do planeta e
dos seus recursos.
Acontece que há
mais de uma dezena de anos que nenhum submarino britânico frequentava a zona
ártica, pelo que esta missão despertou o interesse da imprensa, numa altura em
que é muito elevada a tensão entre o Reino Unido e a Rússia, depois do governo
de Theresa May ter decidido expulsar 23 diplomatas russos como retaliação ao
bárbaro envenenamento do espião russo Sergei Skripal e da sua filha. Assim,
surgiram críticas sobre a inoportuna presença do HMS Trenchant no Ártico, que pode ser entendida como uma provocação.
Essa é também a opinião do líder da oposição trabalhista Jeremy Corbyn, que já
veio criticar a medida tomada por Theresa May e lembrar que é preciso evitar
uma “nova guerra fria” com a Rússia, até porque a morte de Skripal, que era um
agente duplo, poderá ter sido obra da máfia russa e não ter sido provocada
pelas autoridades de Moscovo.
A tensão
russo-britânica é desanimadora no quadro de um clima de paz e de cooperação internacional,
mas do que não restam dúvidas é que os britânicos e o governo de Theresa May
parecem estar a passar por alguma desorientação com os seus problemas internos,
com as negociações do Brexit, sem o apoio americano que pensavam poder ser mais
expressivo e, agora, com a tensão com a Rússia.
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