domingo, 18 de outubro de 2015

A guerra na Síria é um grande imbróglio

Na sua edição de ontem, o diário libanês L’Orient – Le Jour apresenta uma desenvolvida reportagem intitulada “Qui combat qui, et où, en Syrie”, na qual procurou recolher informação directa das partes sobre um conflito que desde 2011 já fez 250 mil mortos. E, sobre a guerra, o jornal pergunta: É uma revolta popular contra um regime autoritário? É uma guerra por procuração entre potências regionais? É uma luta contra o jihadismo internacional? É uma nova guerra fria entre as grandes potências? É uma guerra, se não mundial, pelo menos internacional com combatentes de diferentes nacionalidades no terreno? O jornal diz que, certamente, é um pouco de tudo isto, o torna muito complexa a compreensão do que se passa no terrreno. O último exemplo desta confusão são os raids aéreos russos que Moscovo afirma serem dirigidos contra o Estado Islâmico, enquanto os Ocidentais defendem que eles são dirigidos contra as forças da oposição ao regime de Bashar el-Assad.
Para clarificar a situação, o L’Orient – Le Jour fez um estudo com a identificação de quem combate quem e onde, com a informação tão detalhada quanto possível das forças pro e anti-regime de Bashar el-Assad actualmente presentes no território sírio. Essa lista “das principais forças presentes no terreno”, confirma a real complexidade da situação pois não há apenas dois campos que se combatem, havendo muitos outros que se combatem entre si.
Do lado do regime estão as Forças de Defesa Nacional Síria (100 mil soldados), o Hezbollah (8 mil combatentes), as forças pasdaran ou guardas da revolução iraniana (7 mil combatentes) e as milícias iraquianas xiitas (25 mil combatentes). Contra o regime de Assad estão a Frente al-Nosra, que é o ramo sírio da el-Qaëda (10 mil combatentes), o ISIS ou Estado Islâmico (50 mil), o Jaich el-Fateh (30 mil), o Ahrar el-Cham (15 mil), o Jaich el-Islam (10 mil), a Frente Sul (30 mil), a Saraya ahl el-Cham (efectivos não declarados ao jornal). Além destas, existem as forças do PYD (Partido da União Democrática Curda) com 35 a 60 mil combatentes, dos quais 40% são mulheres, que defendem a criação de um Estado Curdo e que, para isso, tanto combatem o ISIS (como aconteceu em Kobani), como o regime de Assad.
A guerra na Síria é realmente um imbróglio e a solução passa pelo entendimento, primeiro entre os Estados Unidos e a Rússia e, depois, entre, o Irão, a Turquia, a Arábia Saudita e o Qatar, entre outros.

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