quinta-feira, 3 de julho de 2025

Preservando a memória lusíada em Macau

Não são muitos os portugueses que conheceram os territórios que, até 1951, constituíram o Império Colonial Português que, como então se dizia, ia do Minho a Timor, nem são muitos os que viram os benefícios da colonização e os malefícios do colonialismo. Independentemente das opiniões que cada português tenha sobre estas circunstâncias históricas, ninguém ignora que os portugueses deixaram marcas culturais intensas nas terras por onde passaram, visíveis na língua, nos costumes, no património edificado e nas mais diversas práticas culturais.
A cidade de Macau da República Popular da China é um exemplo de território onde permanecem as marcas culturais portuguesas. Em finais de 2024 o Instituto Cultural de Macau (IC) recomendou 12 manifestações culturais para serem integradas na lista do património cultural intangível, que incluía a Dança Folclórica Portuguesa e a Confecção de Pastéis de Nata. Essa lista foi sujeita a alargada consulta pública e os seus resultados foram agora revelados, designadamente pelo jornal Tribuna de Macau.
O IC recebeu 931 opiniões, tendo as 12 manifestações propostas obtido cerca de 70% ou mais de concordância, o que indica terem tido amplo apoio social. A inscrição da Dança Folclórica Portuguesa teve um apoio de 83,8%, por ser considerada “uma tradição antiga, que reflecte a diversidade cultural de Macau e o processo histórico”, além de que “faz parte da cultura única de Macau” e assinala os “laços históricos” com Portugal. Quanto à Confecção de Pastéis de Nata, verificou-se que houve 72,1% de opiniões favoráveis pois “reflecte a fusão das culturas chinesa e ocidental” e “representa a tradição e inovação culinária de Macau”. 
Aqui está um bom exemplo de preservação da memória portuguesa em terras asiáticas por iniciativa das respectivas autoridades.

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