Não são muitos os
portugueses que conheceram os territórios que, até 1951, constituíram o Império
Colonial Português que, como então se dizia, ia do Minho a Timor, nem são
muitos os que viram os benefícios da colonização e os malefícios do
colonialismo. Independentemente das opiniões que cada português tenha sobre estas
circunstâncias históricas, ninguém ignora que os portugueses deixaram marcas
culturais intensas nas terras por onde passaram, visíveis na língua, nos
costumes, no património edificado e nas mais diversas práticas culturais.
A cidade de Macau
da República Popular da China é um exemplo de território onde permanecem as
marcas culturais portuguesas. Em finais de 2024 o Instituto Cultural de Macau (IC)
recomendou 12 manifestações culturais para serem integradas na lista do património
cultural intangível, que incluía a Dança Folclórica Portuguesa e a Confecção de
Pastéis de Nata. Essa lista foi sujeita a alargada consulta pública e os seus resultados
foram agora revelados, designadamente pelo jornal Tribuna de Macau.
O IC recebeu 931 opiniões,
tendo as 12 manifestações propostas obtido cerca
de 70% ou mais de concordância, o que indica terem tido amplo apoio social.
A inscrição da Dança Folclórica Portuguesa teve um apoio de 83,8%, por ser considerada
“uma tradição antiga, que reflecte a diversidade cultural de Macau e o processo
histórico”, além de que “faz parte da cultura única de Macau” e assinala os
“laços históricos” com Portugal. Quanto à Confecção de Pastéis de Nata, verificou-se
que houve 72,1% de opiniões favoráveis pois “reflecte a fusão das culturas
chinesa e ocidental” e “representa a tradição e inovação culinária de Macau”.
Aqui
está um bom exemplo de preservação da memória portuguesa em terras asiáticas por
iniciativa das respectivas autoridades.
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