A República de Cabo
Verde celebra hoje 50 anos de independência e está anunciada uma grande
celebração oficial que conta com a presença de quatro
chefes de Estado, entre os quais Marcelo Rebelo de Sousa. Aqui, também saudamos
essa efeméride e associamo-nos ao semanário A Nação que se publica na Cidade da Praia.
O
país consta de um arquipélago de dez ilhas com uma superfície total de cerca de
4.033 km2, que fica situado na costa ocidental africana na latitude
do Senegal. Descoberto pelos navegadores portugueses e colonizado desde meados
do século XV, o arquipélago esteve sob soberania portuguesa até à proclamação
da sua independência no dia 5 de Julho de 1975. A reivindicação independentista
foi dirigida por Amílcar Cabral e pelo PAIGC (Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde), embora só tivesse tido expressão armada
na Guiné. Porém, o sentido descolonizador do movimento do 25 de Abril em
Portugal e os princípios da Carta das Nações Unidas, levaram a que, através do
Acordo de Argel de 26 de Agosto de 1974, o governo português tivesse reconhecido formalmente "o direito do povo de Cabo Verde à autodeterminação e independência".
Desde
então, a República de Cabo Verde afirmou-se na cena internacional como um
exemplo no contexto dos países africanos, com uma população instruída e com
bons índices de desenvolvimento económico e social. O sentimento nacional é
grande entre a população e “não há saudades do tempo colonial”, embora Portugal
seja uma referência permanente para os cabo-verdianos, pela língua, pelas
tradições culturais, pela memória histórica, pelos seus emigrantes que vivem em
Portugal e pelo entusiasmo com o futebol, mas também por coisas que os portugueses
muito apreciam como as mornas e coladeiras e por essa maravilha
gastronómica que é a cachupa.
O
país de Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Pedro Pires, Cesária Évora, Germano
de Almeida, Corsino Fortes, Titina, Bana, B Leza, Tito Paris e tantas outras ilustres
personalidades, é um grande país. E aqui neste velho Portugal, onde gostamos de chamar “nuestros hermanos”
aos espanhõis e irmãos aos brasileiros, o que haveremos de chamar às gentes de
Cabo Verde, que nos estão tão próximas histórica e culturalmente e que aprenderam connosco a dizer sodade?
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