domingo, 6 de julho de 2025

Será que a China já ganhou?

É cada vez mais um lugar comum dizer-se que o mundo está sob os ventos da insegurança e da incerteza, não só devido aos conflitos que estão a desafiar a estabilidade em diversas regiões do globo, mas também por causa da rivalidade e da competição entre o Ocidente e o Oriente, ou entre o velho mundo que tem dominado o planeta e o novo mundo que está a despontar no continente asiático e que rejeita o modelo unipolar que tem dirigido o nosso planeta. A mais recente edição do Courrier International pergunta mesmo “se a China já ganhou” e, em subtítulo, escreve:
“Perante um Donald Trump errático que alienou parte do mundo, o regime chinês posiciona-se como um polo de estabilidade, tecendo pacientemente a sua teia. E parece mais forte do que nunca.”
A ilustração da capa desta edição é esclarecedora e “vale mais do que mil palavras”, com uma mancha de tinta vermelha em movimento que ameaça o planeta, pois já corre sobre a África e sobre a Europa, começando a cobrir o Atlântico.
A revista salienta que com a sua obcessão pelas tarifas alfandegárias, o presidente Donald Trump está a acelerar o advento de um “século asiático”, que está a ser construído em torno da China, acrescentando que essas tarifas se tornaram “a cola que une os países asiáticos”, levando-os a criar novos mecanismos de cooperação económica e comercial entre si.
Entretanto, a nossa Europa vai mergulhando na irrelevância, ou mesmo na decadência, com os seus dirigentes dominados por “esta vaidade a quem chamamos Fama”, como tão bem os definiu Luís de Camões, há quinhentos anos.

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