No passado
fim-de-semana, a área central do estado americano do Texas e em especial o
condado de Kerr, foi atingida por chuvas torrenciais que provocaram grandes
enxurradas e inundações que, de acordo com a edição de ontem do jornal The
Dallas Morning News já causaram 109 mortes, havendo ainda 160 pessoas
desaparecidas.
A tragédia teve
enorme repercussão pelo elevado número de perda de vidas e de bens materiais,
incluindo casas e automóveis arrastados pelas águas, mas também por ocorrer no
Verão, a época menos provável para que acontecesse. O governador do Texas, Greg
Abbott, afirmou que “ninguém esperava uma parede de água de quase nove metros
de altura”, referindo-se ao que aconteceu no rio Guadalupe que, em 45 minutos,
subiu oito metros e transbordou.
A área por onde passa
o rio Guadalupe tem uma geografia propensa a chuvas torrenciais e é conhecida como
Flash Flood Alley (o beco das enchentes
relâmpago), resultantes de fenómenos meteorológicos locais – o ar quente do golfo
do México (que Trump quer que se chame golfo da América) encontra uma fileira de
penhascos e colinas íngremes nesta região e condensa-se, podendo dar origem a chuvas
intensas, que enchem rapidamente os rios, porque os terrenos naquela região não
absorvem a água das chuvas. O fenómeno é conhecido e acontece por vezes, mas desta
vez não foi previsto ou foi anunciado tardiamente, porque o Serviço Meteorológico
Nacional (NWS) “tinha perdido quase 600 dos seus cerca de 4 mil funcionários”, conforme
a administração Trump decidiu em relação ao NWS e outras agências que foram “ forçadas
a reduzir a sua força de trabalho”.
No Texas, como em
muitas outras regiões do planeta, as medidas economicistas apressadas podem conduzir
a grandes tragédias.
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