domingo, 2 de fevereiro de 2025

Trump e o interesse económico americano

Na sequência das suas ameaças pré-eleitorais, Donald Trump deu início à sua anunciada guerra comercial, impondo tarifas aduaneiras de 25% aos produtos importados do Canadá e do México e uma taxa adicional de 10% aos produtos importados da China porque, segundo afirmou, “temos de proteger os americanos”. Além das razões económicas,  Donald Trump acusa esses países de serem responsáveis pela droga que entra nos Estados Unidos e que causa a morte a muitos americanos. Os governos canadiano e mexicano já reagiram e afirmaram que iriam responder, tendo o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau anunciado, de imediato, que iriam ser aumentadas as tarifas aduaneiras sobre os 155 mil milhões de dólares em produtos que o Canadá importa dos Estados Unidos.
Entretanto, o jornal Toronto Sun anunciava na sua edição de ontem – prepare-se para a confusão – ilustrando a guerra comercial que Donald Trump anunciou, com a imagem dos punhos de um boxeador canadiano e de um boxeador americano.
Sobre este assunto, o economista americano Paul Krugman, prémio Nobel da Economia em 2008, comentou que “Trump está a ser brando com a China e duro para com o Canadá” e pergunta se estas decisões são em nome do “interesse nacional” ou em nome do “interesse pessoal”, porque está a impor tarifas duras a um aliado que “nada fez de errado”, enquanto trata “com luvas de pelica” um rival económico e potencial inimigo militar.
Entretanto, Donald Trump também anunciou que pretende impor tarifas aduaneiras à União Europeia no futuro próximo. Está visto, portanto, que o MAGA (Make America Great Again) assenta na defesa dos interesses económicos dos Estados Unidos, incluindo naturalmente, as vendas dos sectores da defesa e do armamento, que o Mark Rutte veio tão descarada e grosseiramente impingir a Portugal, como se o nosso país não fosse um estado soberano.

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