Desabou o tecto
da Igreja de São Francisco de Assis, na cidade brasileira de Salvador, a
capital do estado da Bahia que foi criada pelos portugueses com o nome de São
Salvador da Bahia de Todos-os-Santos e o jornal baiano Correio, que antes se
chamava Correio da Bahia, escreveu na
primeira página da sua edição de ontem a palavra TRAGÉDIA.
A Igreja e o
Convento de São Francisco estão localizados no centro histórico da cidade de
Salvador e estão classificados como Património da Humanidade pela Unesco. O conjunto
foi construído entre os séculos XVII e XVIII, constituindo “a mais rica
expressão do Barroco brasileiro”, em que se destaca a “faustosa decoração
interior da Igreja”. Numa cidade de tantas igrejas, para os baianos esta é "a igreja de ouro".
Na tarde da
passada 4ª feira, a estrutura da nave central que suporta o telhado e o tecto
com as famosas pinturas do ciclo mariano, pintadas entre 1733 e 1737, desabou
em consequência de problemas estruturais que já se haviam detectado, sobretudo
infiltrações e desnivelamento do piso, tendo provocado a morte de um ocasional
visitante. A repercussão desta ocorrência foi muito grande, tanto na população
da cidade como nas instâncias políticas estaduais e nacionais, até porque se
trata de uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo. Provavelmente,
não será uma perda irreparável pois as autoridades vão proceder ao imediato restauro
da Igreja de São Francisco, um dos maiores símbolos históricos e culturais do
Brasil.
O exemplo do restauro
que se seguiu ao incêndio de grandes proporções que em Setembro de 2018
destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro e que, três anos depois, já
permitiu a reinauguração da fachada e do jardim do terraço, enquanto a
conclusão do restauro se espera para o início de 2026 ou, noutra perspectiva, o
restauro da Catedral de Notre-Dame de Paris, destruída por um incêndio em Abril
de 2019, são exemplos estimulantes para os dirigentes sobre quem pesa a
responsabilidade de restaurar a Igreja de São Francisco.
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