No dia 8 de
Dezembro de 2024, depois de um período de quase quatro anos de contenção na
guerra civil síria, os grupos rebeldes da oposição coligaram-se e fizeram uma
ofensiva que, depois de ocuparem várias cidades, entraram em Damasco. O regime de Bashar al-Assad colapsou, depois
de ter estado no poder durante cerca de 24 anos, tendo o seu líder abandonado o país e
seguido para o exílio na Rússia. Pela rapidez com que aconteceu, a queda de
Assad surpreendeu muita gente, até porque estava apoiado desde há muitos anos na
Rússia e no Irão.
A nova Síria passou a ser governada por Ahmed Hussein al-Sharaa, também conhecido pelo seu nome
de guerra Abu Mohammed al Jawlani, um engenheiro de 42 anos de idade, que antes
pertenceu à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico do Iraque. Este homem foi
transformado numa figura mediática, passou a usar gravata e a afirmar que o seu
objectivo é a reconstrução do país, mas os seus vizinhos mais poderosos não
acreditam nele. Assim, a Turquia e Israel viram uma oportunidade de intervir no
complexo problema sírio para redefinir o jogo do poder no Médio Oriente.
A Turquia já acusou Israel de procurar expandir o seu
território, para além dos Montes Golã que anexou em 1967, durante a Guerra dos
Seis Dias, enquanto Israel critica a Turquia com a mesma acusação e pela sua
contínua intervenção em território sírio com o pretexto de atacar os curdos. A tensão tem aumentado desde a queda de Assad e é mais
um problema para a administração de Donald Trump, havendo mesmo um risco
elevado de confronto armado entre Recep Tayyip Erdogan e Benjamin Netanyahu, como salienta a última edição da revista Newsweek.
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