Há cinquenta anos ocorreram diversos acontecimentos em Portugal que procuraram alterar o rumo político que vinha sendo seguido desde o dia 25 de Abril de 1974, para restaurar a Liberdade, a Democracia e o Estado de Direito.Apesar do generalizado apoio popular que o movimento do 25 de Abril e o Programa que tinha sido apresentado ao país tinham recebido e de se estar a caminhar seguramente para uma sociedade democrática, as diversas forças políticas e sociais vinham expressando as suas tendências, umas mais progressistas e outras mais conservadoras. Depois de tantos anos vergados ao peso da autocracia salazarista, à vigilância da Pide e à guerra colonial, os portugueses viviam um tempo de liberdade e discutiam os seus problemas nas ruas e nas escolas, nas fábricas e nos quartéis. O entusiasmo era geral e alguns portugueses entusiasmaram-se demasiado.Foi nesse contexto que, no dia 11 de Março de 1975, certamente movidos por bons ideais, alguns militares inspirados no projecto de poder pessoal do general António de Spínola, procuraram alterar o rumo democrático que estava a ser seguido. Mobilizaram aviões e páraquedistas, atacaram o RAL 1 e outros objectivos, quase conduzindo a um confronto armado que felizmente se evitou.Em poucas horas a situação normalizou-se e aquele dia, que podia ter sido de má memória, entrou na nossa história como uma das várias tentativas de desvio ao programa anunciado ao país no “dia inicial, inteiro e limpo”.A revista Visão, com grande oportunidade, dedicou uma alargada reportagem à ”memória do dia que quase mudou Portugal”, para que cada leitor “veja como tudo aconteceu”.
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