O doloroso
conflito que vem destruindo a Ucrânia desde Fevereiro de 2022, ou mesmo desde
2014, já vai longo e, tanto o invasor como o invadido, devem estar cansados e
ansiosos para que termine aquela mortandade e destruição, que são
características comuns a todas as guerras.
Volodymyr
Zelensky e o seu regime tiveram desde sempre o apoio dos Estados Unidos e da
União Europeia, mas também da NATO, pelo que puderam resistir à invasão russa.
Entretanto os tempos mudaram desde que Donald Trump se instalou na Casa Branca
e os Estados Unidos diminuíram ou ameaçaram cancelar todo o seu apoio à
Ucrânia. Essa decisão, ou essa ameaça, não só alteraram completamente os
contextos da guerra, como vieram mostrar a fraqueza militar de uma Europa que,
em questões de Segurança e Defesa, tem vivido sob a protecção americana. O
infeliz encontro de Washington entre Trump e Zelensky agravou a situação e, a
partir daí, os europeus perceberam que era necessário envolverem-se ainda mais
no apoio à Ucrânia, Daí que se pergunte se a Europa pode salvar a Ucrânia sem o
apoio dos Estados Unidos, agora também como reforço à sua própria Defesa e
Segurança.
Fizeram-se muitas
reuniões e emitiram-se muitos comunicados, mas foram as iniciativas de Emmanuel
Macron e de Keir Starmer que se destacaram, ao liderarem uma “rescue mission”,
conforme satiriza a última edição da revista americana The Week: a sua primeira
página exibe uma ilustração que mostra Macron e Starmer, com as bandeiras da
União Europeia e do Reino Unido em mar encapelado, a navegar numa pequena
embarcação que procura resgatar o náufrago Zelensky, isto é, mesmo em tempos de
incerteza há espaço para algum humor, embora aqui também haja uma crítica americana à debilidade militar da Europa.
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