Um incêndio de
enormes proporções, considerado o mais mortífero na história de Hong Kong,
deflagrou ontem no bairro social Wang Fuk Court, construído nos anos 80 do século
passado, que é constituído por oito torres com cerca de trinta andares, com 1.984
apartamentos onde se estima que viviam cerca de 4.000 pessoas.
O jornal South
China Morning Post, que é o principal jornal da antiga colónia inglesa,
dedicou toda a primeira página da sua edição de hoje ao catastrófico incêndio,
informando que havia “36 mortos e 279 desaparecidos”, mas as notícias mais
recentes já referem “94 mortos e quase 300 desaparecidos”.
Embora ainda não
se conheçam as causas do trágico incêndio, tudo aponta para uma grosseira
negligência de alguns trabalhadores que vinham realizando trabalhos de
manutenção em algumas daquelas torres, pois foram descobertos materiais
inflamáveis e esponjosos que arderam rapidamente, que libertaram fumos tóxicos
e que propagaram o fogo pelos sucessivos andaimes em estruturas de bambu, que
apoiavam os trabalhos de manutenção que estavam a ser realizados. O fogo
propagou-se rapidamente às outras torres e a acção dos bombeiros revelou-se ineficaz.
Segundo foi
declarado, tudo correu mal, pois não foram audíveis quaisquer sinais de alarme
e não terão sido atendidas as reclamações de muitos moradores contra os
trabalhos que decorriam nos prédios que alegaram falta de segurança.
As imagens
televisivas desta catástrofe foram impressionantes e lembraram os ataques às
torres gémeas de Nova Iorque, acontecidos no dia 11 de setembro de 2001.




























