Por razões
históricas, culturais e emocionais, Angola é um país irmão de Portugal. O traço
mais evidente desta relação fraterna é a língua portuguesa, que faz com que o
que se passa em Portugal interesse aos angolanos, da mesma forma que o que se
passa em Angola interessa aos portugueses.
É por isso que a
notícia revelada pelo jornal O País na sua edição de hoje, na
qual informa que nas províncias de Luanda, Huíla, Huambo e Ícolo e Bengo houve “arruaças
e vandalismo com saldo de 22 mortes, 197 feridos e 1.214 detidos”, desperta a
atenção dos portugueses e, naturalmente, gera muita preocupação.
Desde o início de
Julho que se vinham realizando acções de protesto contra o aumento dos preços
dos combustíveis e dos transportes, uma medida de política económica com que o
governo de Angola pretende reduzir os subsídios a esses bens e serviços, com
vista à estabilização das suas finanças públicas.
Na sequência de
uma paralisação convocada pela Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA)
para a passada segunda-feira como protesto contra esses aumentos, que teve o
apoio das populações, surgiram desacatos, tumultos e pilhagens, por vezes muito
violentos, em várias províncias de Angola. A Polícia Nacional de Angola
interveio para conter esses desacatos e foi acusada de recorrer ao uso
excessivo e desproporcionado da força, inclusivamente por balear alguns
manifestantes.
O que se espera é
que a paz social regresse rapidamente às cidades angolanas e que as autoridades
adoptem políticas que contribuam para a redução da pobreza e para a diminuição
das profundas desigualdades sociais angolanas, que são sempre focos de muita tensão e até podem afectar a coesão nacional.
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