A edição de ontem do Diário de Notícias anunciou que um “canhão português reinventa descoberta da Austrália”. Segundo informa o jornal, um jovem de 13 anos de idade residente na cidade de Darwin, num dia em que as marés foram excepcionalmente baixas, encontrou numa praia do norte da Austrália um canhão pedreiro semelhante aos que eram utilizados nos navios portugueses do século XVI. O Museu de Darwin tem estado a examinar o referido canhão para confirmar a sua origem, embora se pense que poderá ter pertencido a navios portugueses que eventualmente tenham visitado o norte da Austrália no século XVI.
A hipótese da prioridade portuguesa na visita aos territórios do sul foi levantada pela primeira vez em 1977 pelo historiador australiano Kenneth Gordon McIntyre no seu livro ”A descoberta secreta da Austrália”, no qual procurou demonstrar que foram os portugueses os primeiros europeus a visitar as costas australianas. Depois foram os holandeses que contactaram a chamada Nova Holanda e, só em finais do século XVIII, é que o território foi abordado pelo Comandante Cook.
É sabido que os portugueses contactaram Timor desde 1515 e muitos historiadores estranham o facto de não haver provas inequívocas de também terem visitado os territórios situados a 285 milhas para sul, apesar dos nomes de António de Abreu, Francisco Serrão, Cristóvão de Mendonça, Diogo Lopes de Sequeira ou Manoel Godinho de Erédia aparecerem muitas vezes ligados a essas possíveis viagens.
A descoberta do canhão que agora foi feita pode ajudar a provar que os portugueses estiveram na Austrália no mesmo período em que visitaram Timor e isso seria um importante contributo para a história da expansão portuguesa no mundo no século XVI.
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