Finalmente,
parece que todas as partes, directa ou indirectamente envolvidas na guerra de
Gaza, chegaram a um acordo de cessar-fogo e abriram um caminho para a paz que
vai ser muito difícil, porque a conflitualidade israelo-palestina tem raízes
muito antigas e muito profundas.
Porém, o passo
dado é muito animador e todo o mundo o saúda com algum alívio. Estava a ser
“uma loucura de guerra” como diz hoje o jornal ABC, um cruel genocídio e
uma destruição que só lembrava Hiroshima.
Para haver paz,
não pode haver vencedores nem vencidos, em nome da dignidade dos povos e do
futuro. A maioria dos palestinianos e dos israelitas não concorda com os
extremismos de Netanyahu, nem com os do Hamas e, por isso, ambos festejam com
alegria porque não quiseram a guerra e querem a paz, o progresso, a tolerância
e o bem-estar para as suas comunidades e para as suas famílias.
Num balanço muito
simples, os israelitas perderam 1.200 pessoas no ataque do Hamas de 7 de
Outubro de 2023, mas os palestinianos perderam 67.000 pessoas durante os dois
anos em que o seu território foi massacrado. Agora o mundo respira e espera que
os arquitectos do cessar-fogo sejam também os arquitectos da paz e de um futuro
melhor para o Médio Oriente, onde os estados de Israel e da Palestina possam
coabitar, progredir e cooperar pacificamente para a felicidade das suas
populações.
É um caminho
difícil mas é o que tem que ser percorrido com equilíbrio e firmeza.
Nestas últimas
horas, as nossas televisões encheram-se de comentadores e de especialistas, mas
enquanto alguns se moderam e elogiam o cessar-fogo e a paz que se aproxima, ainda aparecem alguns
amigos de Netanyahu, que continuam agarrados à sua lógica belicista e destruidora, afirmando com arrogância que Israel ganhou esta guerra. São víboras disfarçadas de comentadores que não deviam ter espaços televisivos. Como dizia a minha santa Mãe: raios os partam...
Sei que estou a ser um pouco pessimista, mas alinho com o S. Tomé, porque a letra dos tratados e sobretudo a sua interpretação pode fazer-se em vários sentidos. E o PM de Israel só cumprirá o que não fôr a favor dele se a isso fôr obrigado. E só conheço um, que também não inspira uma confiança credível, que o pode fazer.
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