quinta-feira, 12 de setembro de 2019

O independentismo catalão a arrefecer

Ontem celebrou-se a Diada Nacional de Catalunya ou Dia Nacional da Catalunha que é a festa nacional catalã e que, todos os anos, recorda a resistência popular ao cerco da cidade de Barcelona, que terminou no dia 11 de Setembro de 1714. Este episódio da resistência catalã ocorreu durante a Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714), que envolveu diversas monarquias europeias em torno dos direitos de sucessão à coroa espanhola. Aquele episódio e aquela data tornaram-se o símbolo da Catalunha e a sua oposição ao centralismo de Madrid.
Durante a ditadura franquista a celebração da Diada esteve proibida, mas com a reinstalação da democracia, recomeçou a ser celebrada em 1977 e, em 1980, o Parlamento da Catalunha veio a proclamar o dia 11 de Setembro como o Dia Nacional da Catalunha.
Nos últimos anos a Diada tem constituído uma grande jornada de luta, ao concentrar os protestos contra o governo espanhol de Madrid e as reivindicações independentistas catalãs. Segundo os registos existentes, desde 2012 mais de um milhão de pessoas têm estado nas ruas de Barcelona no dia 11 de Setembro, tendo havido um pico de 1,8 milhões de manifestantes em 2014. Ontem foram 600 mil manifestantes que vieram para a rua e esse número foi o mais reduzido desde que se intensificou a reivindicação independentista, segundo hoje informa o El Periódico de Catalunya. Nem a aproximação da sentença judicial relativa ao procés e à declaração unilateral de independência feita no Parlamento da Catalunha em Outubro de 2017, conseguiram mobilizar o povo. Talvez que a dureza da sentença que se aproxima, possa servir para ressuscitar os catalães para o ideal independentista que, sendo legítimo, não é nada oportuno numa Europa em dificuldade.

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