terça-feira, 10 de setembro de 2019

Subir ao topo dá mesmo muito trabalho

Na Sala Cid dos Santos da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa assisti hoje às provas públicas de doutoramento de um amigo de há muitos anos e tive a grande alegria de presenciar a forma como foi justamente reconhecido e elogiado pelos seuspares. Foi, por isso, um dia memorável para o meu amigo, para a sua família e para aqueles que, como eu, prezam aquele jovem médico tão devotado à carreira que escolheu.
Não costuma ser aconselhável que se fale dos amigos, porque há sempre uma natural tendência para o exagero no elogio e no uso do adjectivo, mas este caso é realmente incontornável porque, se não é único, é mesmo um caso muito raro e, por isso, aqui lhe deixo uma breve mensagem.
O meu amigo, que entrou naquela sala como candidato, apresentou-se perante o meretíssimo júri depois de mais de vinte anos de estudo e de trabalho hospitalar e após ter adquirido experiências e saberes em alguns centros de referência mundial, desde os Estados Unidos ao Japão, para além de um longo período de investigação clínica no mais conhecido hospital de Barcelona.
Porém, para atingir o patamar de excelência a que chegou, não confiou apenas na sua privilegiada inteligência, nem nas suas superiores qualidades de trabalho e de metódica organização. Venceu todas as barreiras com a humildade, a solidariedade e a esmerada educação que o caracterizam. Definiu um objectivo e uma estratégia, não dando tréguas à sua avidez pelo conhecimento científico, nem pela sua valorização profissional. Durante mais de vinte anos estudou com determinação e persistência, adiou outros projectos e privou-se de muitas coisas, mas tornou-se um bom médico, daqueles que acompanham e se interessam pelos seus pacientes.
A sua tese intitilou-seNon-tumoral portal vein thrombosis in patients with and without cirrhosis – Clinical significance, natural history of varices and efficacy of anticoagulation”. No fim, os elogios foram unânimes e o júri aprovou-o com distinção e louvor, por unanimidade. É a mais alta classificação que pode ser atribuida a um doutoramento. Fiquei orgulhoso. Parabéns ao CNF.

1 comentário:

  1. Não sei quem é o CNF, mas que ele me permita associar-me aos parabéns do ARC dirigidos a alguém que com superiores qualidades de trabalho e de metódica organização, com humildade e avidez pelo conhecimento científico, com determinação e persistência, dedicou grande parte da sua vida activa a algo em prol do seu semelhante.

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