A barafunda
política em que está envolvido o Reino Unido continua a agravar-se e a
tornar-se ridícula, não só pela obcessão que alguns manifestam pelo Brexit, com
ou sem acordo, mas também porque as alternativas são cada vez mais improváveis
e, sobretudo, não são nada claras. Os problemas económicos e sociais que se
avizinham estão estudados e são muito preocupantes, não só para o governo de
Londres, mas também para a União Europeia.
Porém, o problema
da fragmentação territorial do Reino Unido parece estar cada vez mais próximo e
esse problema é muito sério, até do ponto de vista militar devido à dispersão
das bases britânicas pelas diferentes regiões das Ilhas Britânicas.
É sabido que a
Escócia e a Irlanda do Norte votaram contra o Brexit (62% e 56%
respectivamente) e, por isso, não admira que a primeira-ministra escocesa Nicola
Sturgeon já tenha declarado que, a concretizar-se o Brexit, vai realizar um
novo referendo sobre a independência da Escócia, enquanto os irlandeses de
Belfast já ameaçaram que a unificação das Irlandas é o seu futuro mais
provável.
Entretanto o País
de Gales, que tinha sido a região em que apenas 47,5% dos eleitores tinha
votado contra a saída da União Europeia, começou a dar mostras de ter invertido
o seu ponto de vista e que, afinal, já não quer que o Reino Unido abandone a
União Europeia, juntando-se, assim, aos escoceses e aos irlandeses do norte. O
jornal escocês The National, que se afirma apoiante da independência da
Escócia, decidiu dar publicidade às aspirações galesas e veio agora afirmar-se
como “the newspaper that supports an independent Wales”. Portanto, as coisas
agravam-se cada vez mais "em terras de Sua Majestade", até porque no nº 10 de Downing Street está um
perigoso fanático, aliás como insinuou o seu irmão Jo Johnson, que acaba de se
demitir do governo e do Parlamento.
Se tivessem consultado o comentador/político esclarecidíssimo que reside no autor destas linhas, ele ter-se-ia atrevido a sugerir-lhes que se deixassem de orgulhos e que fizessem um novo pedido (último?) à UE de adiamento da saída, aproveitando-o para levarem a cabo um novo referendo sobre o Brexit.
ResponderEliminarSe o povo resolvesse ficar, o que parece actualmente mais provável, ficava também o problema resolvido. Caso contrário, não se perderia mais do que empurrar uns meses para a frente o actual estado de desorientação.
Como se vê, de fora é sempre (mais) fácil resolver os problemas...
(P.S. Não digas aos partidos portugueses que eu existo).